Sexo e Escola

SEXO e ESCOLA

Novas Funções da Escola na Orientação Sexual dos Jovens

Participação Popular: médico, educador e família – esforço conjunto

Participação Popular, Social e Comunitária são fundamentais.

Essa foi a máxima discutida na 11ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília em novembro do ano de 2000. A medicina, bem como a área específica da psiquiatria e da sexologia, tem enfrentado grandes desafios, acompanhando a realidade de amplas inovações da tecnologia da informação (como a Internet, por exemplo) e do inigualável avanço científico dos últimos 30 anos. A aplicação de todos esses conhecimentos ultrapassou há muito o âmbito acadêmico e assistencial. Hoje, esforços conjuntos e multidisciplinares são, não só necessários, como também imprescindíveis para pacientes e comunidades em geral.

Em um mundo cheio de transformações, nos questionamos se nossas funções, tais como as conhecemos (como pais, educadores, agentes de saúde), estão de acordo com a realidade social. Parece-nos fundamental a reavaliação desses preceitos.

A migração dos meios de produção e de oportunidades de trabalho, dos centros rurais para os urbanos, trouxe consigo um novo estilo de estrutura familiar – a família nuclear.

O papel da Escola passa a ser fundamental na medida em que grande parte do tempo do jovem é vivido dentro dos “muros da educação”.

As tradicionais funções parentais de iniciação à educação de hábitos de higiene, alimentação, socialização, orientação sexual e desenvolvimento de personalidade das crianças e dos jovens estão sendo exercidas em grande parte pelos educadores, exatamente pela demanda de tempo que os pais têm em atividades produtivas fora do lar.

E a escola está preparada para desempenhar tais funções?

Com quem deve ficar a função da Orientação Sexual?

Os agentes de saúde aqui se tornam indispensáveis. A aplicação de conhecimentos especializados pode agregar grande valor ao desenvolvimento físico e emocional dos jovens e na elaboração dos conflitos que permeiam o amadurecimento. Atividades integradas entre as famílias, os educadores (Escolas) e os agentes de saúde tornam-se uma necessidade. Sem a participação da comunidade, o processo todo perde sua guia.

Atividades integradas

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As Escolas devem buscar auxílio nas entidades que trabalham com Sexualidade Humana na própria cidade (se interior, procurar as da capital) para obtenção de informações de saúde pública no que tange à sexualidade humana e desenvolvimento psico-sexual e sobre profissionais que possam desenvolver atividades integradas e especializadas.
A elaboração de cursos, eventos, palestras e seminários sobre a sexualidade e seus diferentes enfoques deve ser planejada com a participação dos profissionais de saúde da área de sexologia, pais, educadores e representantes estudantis.
O enfoque deve ser dado de acordo com o contexto social de cada região, respeitando-se as tradições locais e a religião predominante e também conforme a idade do público alvo. Não adianta discutir inicialmente a anticoncepção com crianças que ainda não sabem o básico da atividade sexual. Deve-se ter em mente uma atividade progressiva.
Usar material audiovisual, atividades criativas e técnicas mais ativas como psicodrama para manter a atenção dos jovens.
Alguns tópicos devem ser sempre abordados: fisiologia dos órgãos sexuais, gravidez, anticoncepção e masturbação.
Atividades podem ser realizadas inicialmente para os pais, para orientação destes em relação à própria sexualidade, para depois introduzir-se a idéia de educação de seus filhos.
O assunto da sexualidade ainda apresenta muitos tabus, devendo ser questionado e discutido com delicadeza e sem imposição de valores.