Câncer de Fígado – Detecção Precoce

DETECÇÃO PRECOCE PARA O CARCINOMA HEPATOCELULAR

Sinônimos

exame preventivo de câncer primário de fígado

O que é detecção precoce ou screening de um tipo de câncer?

Detecção precoce ou screening para um tipo de câncer é o processo de procurar um determinado tipo de câncer na sua fase inicial, antes mesmo que ele cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de câncer, o médico pode avaliar qual grupo de pessoas corre mais risco de desenvolver um tipo específico de câncer por causa de sua história familiar, por causa das doenças que já teve ou por causa dos hábitos que tem, como fumar, consumir bebidas de álcool ou comer dieta rica em gorduras.

A isso se chama fatores de risco e as pessoas que têm esses fatores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas, o médico pode indicar um determinado teste ou exame para detecção precoce daquele câncer e com que freqüência esse teste ou exame deve ser feito. Para a maioria dos cânceres, quanto mais cedo (quanto mais precoce) se diagnostica o câncer mais chance essa doença tem de ser combatida.

Qual é o teste que diagnostica precocemente o carcinoma hepatocelular ou câncer primário do fígado?

O fígado é o órgão que ocupa a parte superior do abdômen, à direita, protegido parcialmente pelas últimas costelas. Esse órgão desenvolve várias funções, sendo uma delas a transformação dos alimentos ingeridos em energia. Além disso, tem uma função importante na filtragem do sangue, retirando substâncias prejudiciais ao corpo humano e expelindo-as pelo trato digestivo e fezes.

O carcinoma hepatocelular é um câncer que se origina nas células do fígado. Não se trata dos tumores que têm origem em outras partes do corpo e formam metástases no fígado (enviam células cancerosas do seu local inicial, como a mama por exemplo, pela corrente sanguínea até o fígado).

Esse tipo de tumor primário do fígado tem uma grande variação de freqüência de um país para o outro, porém é o quarto tipo de tumor mais comum no mundo todo.

Existem dois tipos de exames que têm sido estudados para servir como exames para detectar precocemente esse tipo de câncer:

&nbsp

a alfa-fetoproteína: Uma substância que circula no sangue e que está aumentada em várias situações clínicas, mas também no sangue das pessoas que têm carcinoma hepatocelular
a ecografia hepática.

Como o médico faz esse exame?

A alfa-fetoproteína é um exame de sangue que pode ser realizado num laboratório de análises clínicas. Dependendo dos valores encontrados, o médico do paciente avaliará quais as situações clínicas que poderiam ser responsáveis pelos níveis alterados.

A alfa-fetoproteína não se altera só nas pessoas que têm carcinoma hepatocelular. Outras situações comuns em que isso pode acontecer são: gravidez ou outras doenças do fígado. Quando alterado em pessoas que têm fatores de risco para esse tipo de câncer, pode indicar a necessidade de mais investigações para confirmar ou descartar esse diagnóstico.

Porém, esse exame não se mostrou adequado para ser usado para screening nos estudos até hoje realizados, por não conseguir diagnosticar a maioria dos tumores de fígado ou, por outro lado, muitas vezes, não se alterar mesmo na presença do carcinoma hepatocelular.

A ecografia ou ultra-sonografia hepática é um exame feito por um médico ou técnico treinado para detectar alterações no fígado, tais como, a presença de nódulos ou massas sugestivas de um crescimento desordenado das células do fígado.

É um exame sem risco e que confere mínimo desconforto ao paciente. Porém, apesar de ser específico nos seus diagnósticos, nem sempre detecta as alterações com a precocidade necessária, perdendo a sua capacidade de ser um exame de screening.

Muitos estudos estão sendo feitos para se encontrar o melhor exame para se fazer este screening ou combinação de exames, assim como a freqüência dos mesmos, principalmente em grupos de pessoas com alto risco de desenvolver esse tumor.

Quais os fatores de risco mais comuns associados ao carcinoma hepatocelular?

Os fatores de risco para o carcinoma hepatocelular já estão bem definidos.

&nbsp

Hepatite:

Pessoas portadoras de hepatite crônica B ou C têm risco elevado para desenvolver esse tipo de câncer. Esse risco aumenta quando a pessoa é portadora das duas hepatites juntas (co-infecção de hepatite B e C).

Cirrose:

É a doença em que as células do fígado sofrem um processo de “fibrose” e morte em resposta a uma agressão continuada. A causa mais comum de cirrose é o alcoolismo. Porém, há outras causas, e cirrose é fator de risco para esse tipo de tumor independente do que a tenha causado.

Cirrose biliar é uma causa muito rara de carcinoma hepatocelular. Uma a seis pessoas em cem pacientes com cirrose vão desenvolver esse tipo de câncer a cada ano que passa depois de ter o diagnóstico.

Aflotoxinas:

É uma substância que se desenvolve em grãos e nozes, como o amendoim, ao ser estocado inadequadamente por algum período. Pessoas que consomem com muita freqüência esses alimentos têm risco aumentado para esse tipo de câncer.

Sexo:

Na maioria dos países, homens têm mais risco que mulheres de ter carcinoma hepatocelular.

Doenças associadas:

Algumas doenças estão associadas mais freqüentemente com esse tumor, por exemplo: hemocromatose, deficiência de alfa-1-antitripsina, porfiría cutânea tardia. Todas essas doenças são muito raras.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Tive hepatite quando era criança. Devo fazer algum exame especial por causa disso?

Meu pai morreu de cirrose. Meu risco é maior de ter um câncer no fígado?