Abscesso Cerebral

ABSCESSO CEREBRAL

Sinônimos:

Abscesso no cérebro, abscesso encefálico.

O que é?

Trata-se de uma infecção encapsulada (confinada a uma área restrita) que acomete o tecido cerebral, podendo ser de formato único ou ser constituído por múltiplos focos, promovendo um efeito de massa que desloca as demais estruturas cerebrais, causando diversos sintomas.

Como se desenvolve?

O abscesso cerebral pode desenvolver-se como complicação de uma infecção, complicação de neurocirurgia ou por trauma no encéfalo. Geralmente o abscesso cerebral único é resultado de uma infecção ou foco próximo às meninges (membranas que recobrem o cérebro) como seios paranasais, ouvido médio e dentes, e que se espalha atingindo o cérebro; também pode ocorrer por acesso direto do agente infectante ao cérebro, através de traumatismo craniano (trauma na cabeça ou face, ferimento à bala) ou por procedimentos neurocirúrgicos. Os abscessos múltiplos são mais comuns em infecções sistêmicas com disseminação hematogênica (o infectante, seja bactéria, vírus ou fungo, é carregado pelo sangue de regiões infectadas distantes no organismo até o cérebro). É importante salientar o estado imunológico do paciente, sendo os pacientes imunodeprimidos mais suscetíveis à infecção cerebral (pacientes com AIDS ou que foram submetidos a transplante de órgão).

O que se sente?

Os sintomas variam dependendo do tamanho e localização do abscesso e são decorrentes do aumento da pressão intracraniana, sendo o sintoma mais comum a dor de cabeça que não cede a analgésicos. Podem ocorrer também náuseas, vômitos, convulsões, alteração no estado de consciência, déficit neurológico focal, alterações de personalidade e fraqueza muscular em um lado do corpo. Apenas 50% dos pacientes têm febre.

Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico do abscesso, tanto único quanto múltiplo, é feito de uma mesma maneira. A anamnese do paciente, verificação dos seus sintomas e exame físico são fundamentais. Exames complementares incluem tomografia computadorizada, ressonância magnética de encéfalo, além de outros exames de rotina. O sangue e outros fluidos corporais devem ser examinados para tentar esclarecer a origem da infecção. Deve-se avaliar o estado imunológico do paciente (alterado pelo uso prolongado de corticóides ou pelo HIV – vírus da imunodeficiência humana).

Como se trata?

O tratamento do abscesso cerebral envolve a combinação de drenagem neurocirúrgica e tratamento medicamentoso. O tratamento exclusivamente medicamentoso fica restrito aos casos: de drenagem cirúrgica inacessível; de condições clínicas incompatíveis ou de pacientes com lesões pequenas não encapsuladas. Por se tratar de uma infecção, vários agentes podem estar envolvidos (bactérias, fungos, vírus), portanto, várias medicações podem ser utilizadas, dependendo de cada caso; o importante é a hospitalização, medicação e controle seriado com os exames complementares (tomografia de crânio ou ressonância).

Prognóstico

Sem tratamento, o abscesso cerebral pode ser fatal. O tratamento do abscesso cerebral tem sucesso na maioria dos pacientes, sendo a mortalidade inferior a 15%. A permanência de sequelas decorrentes do abscesso, como afasia (perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita) e convulsões, ocorre em torno de 20% dos pacientes.