Morte Súbita do Lactente

MORTE SÚBITA DO LACTENTE

Termos alternativos:

Síndrome da Morte Súbita do Recém-nascido (SMSL); Morte Súbita Infantil; Morte no Berço

O que é?

A morte súbita do lactente é definida como a morte inesperada de uma criança com menos de um ano de idade, que permanece inexplicável, mesmo após investigação exaustiva que inclua autopsia e exame do cenário da morte.

É acontecimento raro?

Nos Estados Unidos, a ocorrência gira em torno de 1 caso para cada 1000 recém-nascidos vivos. Em 1997 e 1998 em Porto Alegre, RS, Brasil, dos 335 óbitos ocorridos em lactentes, 21 foram incluídos nos critérios que definem a SMSL, mas nenhum deles teve essa causa registrada em sua declaração de óbito. A prevalência de SMSL foi estimada em 6,3 por cento do total de óbitos, sendo que o coeficiente de mortalidade específico por essa causa foi de 4,5 óbitos em 10.000 nascidos vivos. ( J. pediatr. (Rio J.);77(1):29-34, jan.-fev. 2001.)

Qual a idade de maior perigo?

O número de mortes alcança seu ápice entre as idades de dois a quatro meses de vida, sendo que as idades de maior incidência variam de poucas semanas de vida até seis meses de idade.

Horário de maior incidência.

Os acontecimentos funestos ocorrem durante o sono do cuidador e da criança, ou seja, acontece entre meia-noite e oito horas da manhã.

Chama atenção a coincidência de dois fatos: idade da criança e ocorrência durante o sono.

Fatores de risco.

Baixo peso de nascimento
Idade materna – 13 a 19 anos
Mãe usuária de drogas
Mãe tabagista
História prévia de morte súbita infantil na família.
Posição de dormir
Alimentação com mamadeira
Aquecimento excessivo da criança
Baixa escolaridade materna

Fatores de risco que se podem modificar.

Posição de dormir
Alimentação com mamadeira
Mãe tabagista
Mãe usuária de drogas
Aquecimento excessivo da criança
Baixa escolaridade materna.

Fatores de risco mais importantes

Exposição ao tabaco.

Ação sobre o sistema nervoso autônomo do feto, sobre o desenvolvimento e funcionamento pulmonar e combinação deles com infecções virais.

b) Hábitos de dormir.

Dentre os hábitos de sono, a posição ventral (de barriga para baixo), posição prona, é considerada o principal fator de risco para a SMSL. A posição de dormir de barriga para baixo contribui para a morte súbita (uma das teorias) com o tornar a respirar o ar exalado. A avaliação da influência da posição de dormir em relação ao mecanismo do despertar demonstra que a posição de dormir de barriga para baixo reduz o reflexo de despertar dos lactentes sadios, tanto nascidos a termo como prematuros, a redução se faz notar com mais intensidade entre o segundo e terceiro meses de vida, época de maior incidência da síndrome de morte súbita do lactente (SMSL).

O coleito, ou seja, o hábito de um adulto, geralmente a mãe, dormir com a criança na cama constitui outro fator de risco para a criança, ainda mais, quando associado ao tabagismo dos pais ou ao uso de drogas. A má prática materna de cobrir a cabeça da criança durante o sono e, eventualmente agravada, pela posição prona de dormir, acresce mais um fator de risco. A cama compartilhada agrava o risco de superaquecimento da criança devido ao calor proveniente do corpo dos pais sob as cobertas, podendo também favorecer a ocorrência de asfixia. De outro lado, o hábito de compartilhar o quarto dos pais, tem se mostrado um fator aparentemente protetor.

A temperatura corporal desempenha importante papel no desencadeamento da SMSL. Os mecanismos do sono e dos próprios comandos respiratórios e de despertar dos lactentes são influenciados pelas temperaturas mais altas. É reconhecida a dificuldade da criança pequena acordar em ambientes com temperatura acima de 28º C, até mesmo as apneias dos prematuros se acentuam com as temperaturas mais elevadas. Assim sendo, o uso de roupas que facilitam o superaquecimento tornam-se fatores de risco para a SMSL. Medidas que visam impedir o deslizar da criança para baixo das cobertas acabam se tornando medidas protetoras. A American Academy of Pediatrics (AAP) recomenda que os lençóis e cobertores sejam presos sob o colchão abaixo do tórax da criança. Entre outros, também são citados como fatores de proteção o aleitamento materno e o uso de chupeta.