Tumor Carcinoide Pulmonar

TUMOR CARCINÓIDE PULMONAR

Sinônimos:

Tumor carcinóide brônquico

O que é?

Este tumor representa 1 a 4% dos tumores bronco-pulmonares e ocorre, indistintamente, em ambos os sexos. Eles podem ser classificados em:

Típicos

Representam 69-87% dos casos. Costumam ser menos agressivos, mas podem invadir estruturas vizinhas. Não tem relação com o tabagismo. Geralmente, ocorrem na região central do pulmão.

Atípicos

Ocorrem em 13-31% dos casos. Evoluem com invasão de vasos sangüíneos e gânglios linfáticos (“ínguas” dentro do tórax). Podem apresentar metástases – que são tumores que surgem à distância do tumor inicial. Sessenta por cento ocorrem em fumantes. Na maioria das vezes, acomete a região periférica do pulmão.

O tumor carcinóide se localiza, na maioria das vezes, no intestino. Todavia, podem surgir em outros órgãos, como estômago, pulmões, mamas, ovários e outros. São tumores que podem afetar diferentes faixas etárias, mas quando há presença de uma lesão tumoral no pulmão de um adulto jovem, o carcinóide deve ser lembrado como causa provável.

O que se sente?

Aproximadamente a metade das pessoas com tumor carcinóide não sentem nada no momento do seu diagnóstico. A manifestação mais comum da doença é a hemoptise – sangramento ao tossir ou sangue no escarro. Também pode ocorrer falta de ar ou apresentar-se como pneumonias que se repetem – isto porque o tumor pode obstruir um brônquio e facilitar o surgimento de uma pneumonia.

É importante lembrar que um brônquio é um tubo que espalha o ar dentro dos pulmões. Existem vários brônquios dentro de cada pulmão, os quais vão se ramificando como galhos de árvore.

Uma variedade de síndromes paraneoplásicas – conjunto de alterações que podem acompanhar um tumor – podem ocorrer com o tumor carcinóide. Em torno de 3% dos pacientes com tumor carcinóide brônquico, apresentam a síndrome carcinóide, a qual se caracteriza por:

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diarréia
rubor – acontece como episódios súbitos de vermelhidão na pele da face, pescoço e parte superior do tórax
náuseas
vômitos
ansiedade
chiado no peito
doença no coração

Nem sempre todas as alterações supracitadas estão presentes num mesmo paciente. Pressão baixa e desmaio podem ocorrer durante os paroxismos (crises) da síndrome.

Como o médico faz o diagnóstico?

Através da radiografia do tórax, o médico identifica a lesão e, para uma melhor caracterização desta, solicita uma tomografia computadorizada do tórax. Este exame permite um maior detalhamento da lesão que pode se apresentar como um nódulo ou opacidade (“mancha”). Já a ressonância nuclear magnética – também um exame de imagem muito moderno – pode ser útil em casos selecionados na intenção de definir se há ou não invasão de estruturas vizinhas ao tumor, principalmente vasos sangüíneos.

Quase 75% de todos tumores carcinóides são visíveis pela fibrobroncoscopia, sendo que este exame usualmente confirma o diagnóstico através da biópsia da lesão.

A fibrobroncoscopia é o exame em que um aparelho flexível dotado de fibras ópticas e canal de instrumentação permite a visualização dos pulmões por dentro. Além disso, pinças entram por dentro do aparelho e podem retirar diminutos fragmentos da lesão suspeita (biópsia).

O exame de escarro (catarro) raramente é útil para o diagnóstico.

Como se trata?

O tratamento é a cirurgia. Pode ser retirada parte do pulmão que engloba a lesão ou o pulmão inteiro, decisão que dependerá da extensão da doença ou de sua localização. Raramente é necessário retirar todo pulmão.

Radioterapia após a cirurgia pode ser necessária nos casos de carcinóide atípico ou naqueles onde há metástase nos gânglios do tórax. Ela utiliza os raios gama para combater o tumor. Esses raios são direcionados contra a área afetada.

A quimioterapia – modalidade de tratamento que utiliza medicações que combatem câncer – pode ser usada em casos de carcinóide atípico depois de fazer a cirurgia.

Como se previne?

Ainda não existem maneiras de prevenir esta doença.