Cuidados com o Sexo e suas Variações

CUIDADOS COM O SEXO E SUAS VARIAÇÕES

Sexo Oral

Se você acha que só é possível sentir prazer com a penetração, engana-se. Estatisticamente, as mulheres preferem o sexo oral à penetração quando muitos homens gastam horas pensando na penetração em si e acabam não dando muita importância ao sexo oral. Por outra parte, muitas são as mulheres que sentem nojo ou vergonha em praticá-lo.

Embora muitos entendam o sexo oral como o contato direto da boca e da língua com os órgãos genitais, tal prática abrange as estimulações feitas com a boca em todo o corpo. Mas, claro, é preciso que os parceiros estejam em comum acordo para que possam experimentar o que o sexo tem a oferecer, respeitando os limites e o corpo do outro.

Os homens gostam das sensações provocadas pela combinação da maciez da boca e do ambiente molhado que lembra a vagina. A boca e a língua têm umidade e temperatura ideais para que a carícia seja bem excitante. Já as mulheres afirmam que o sexo oral é uma maneira eficiente de atingirem o orgasmo. Isso se deve ao fato dele trazer calor, umidade e suavidade sob medida ao clitóris.

Tal prática sexual nada mais é do que a estimulação dos órgãos genitais masculinos e femininos usando língua e lábios. Também chamada de felação, quando feito em homens e de cunilingus, quando feito em mulheres, é capaz de provocar prazer para quem recebe e para quem faz e a razão disso é o fato da boca e genitais serem órgãos tão sensíveis. Por isso, o sexo oral pode vir acompanhado de uma mistura de sentidos, com os olhos cobertos, o tato é realçado e a surpresa do próximo movimento aguçada, ou de brincadeiras com o paladar; há casais que passam líquidos no corpo, como mel ou leite condensado. Porém deve-se atentar para o uso de aromas e comidas nos órgãos genitais. Eles podem fermentar, favorecendo o crescimento de bactérias, caso fique resíduos no local.

Variações do sexo oral há homens que gostam de ter a próstata estimulada. Mas tal prática deve ser conversada anteriormente entre os parceiros porque na mesma medida que uns gostam, outros podem sentir se ofendidos.

Para as mulheres, é bom ter cuidado com o clitóris. Não é necessário se deter somente nele. Todo o órgão genital pode ser explorado buscando novas sensações. Vale lembrar que o clitóris é um órgão bastante sensível, fazendo da estimulação direta por vezes incomoda.
É preciso deixar a inibição de lado, mas a camisinha nunca. Mesmo que o risco de transmissão por DSTs seja menor com o sexo oral do que quando ocorre a penetração, o uso da camisinha não deve ser dispensado: pode-se tanto contaminar quanto ser contaminado já que qualquer ferimento na boca ou mesmo a presença de cárie funciona como uma porta de entrada para vírus e bactérias, penetrando rapidamente na corrente sanguínea. Aos mais preocupados avisa-se que é bom não usar fio dental antes do sexo oral, pois ele pode provocar minúsculas lesões na gengiva aumentando as chances de contrair alguma doença.

Sexo Anal

Há quem fale que as mulheres prefiram sexo oral e os homens, o sexo anal. Particularmente excitante para eles, muitas vezes tal prática acaba sendo um fetiche masculino. Já as mulheres o encaram com algum receio, principalmente da dor que pode advir como reflexo do medo e da insegurança.

Sabe-se que a ansiedade é capaz de tensionar os músculos, incluindo os do ânus. Assim, o sexo anal feito de forma correta não é capaz de provocar dor, muito menos sangramento e nem causar danos à elasticidade anal. A pessoa precisa estar excitada e relaxada para que a penetração ocorra sem incômodo. Sempre que existir dor, é sinal de que algo não está adequado.

O certo é que essa pode ser uma forma de obter prazer na relação sexual, para homens e mulheres, sendo possível o orgasmo. Porém, a sensação desse tipo de orgasmo é diferente do vaginal ou do clitoriano, pois os nervos e a textura do tecido anal são diferentes, levando a sensações também diferentes. As mulheres aumentam a possibilidade de atingirem o orgasmo quando praticam contrações vaginais e pélvicas ou estimulam simultaneamente o clitóris, aumentando a excitação.

O sexo anal é uma possibilidade para alternativas de práticas sexuais. Como o ânus não precisa de terapêutica hormonal, com o envelhecimento, tal prática pode ser uma opção. Além disso, muitas são as mulheres que fazem sexo anal como forma de manter a virgindade, mantendo o himen intacto.

Mas, para que ocorra o sexo anal é preciso uma dilatação do músculo do ânus, que deve ser feita aos poucos. Antes de tentarem a penetração em si, um dos parceiros pode acariciar o ânus e, aos poucos, ir introduzindo o dedo para que a musculatura comece a relaxar com maior facilidade, permitindo a penetração mais fácil e prazerosa que deve ser feita de forma gradual. Cada casal precisar, sem presa, estabelecer o seu próprio ritmo.

O sexo anal não funciona numa tentativa de ensaio e erro. Os anéis que circundam o canal anal funcionam de forma independente. O esfíncter externo é voluntário, o interno não é. Esse último é controlado, assim como o coração, por exemplo, pela parte autônoma do sistema nervoso central, ou seja, não se tem o controle voluntario dele, mas ele responde a reações fisiológicas do medo ou tensão. Já o esfíncter externo relaxa conforme a cabeça relaxa. Assim, quanto mais beijo, mais relaxamento, quanto maior o aconchego, maior a penetração. Dessa forma, existe a possibilidade de aumentar o prazer, mas sem se ligar nos outros sentidos da relação, a prática do sexo anal fica difícil já que os músculos dos esfíncteres contraídos podem originar a ruptura de fibras musculares, levando não só a dor como também ao sangramento.

Vale ressaltar que produtos tóxicos utilizados como lubrificantes vão causar irritação, pois após a pele do ânus, há mucosa e, por isso, toda e qualquer lubrificação deve ser feita à base de água (lembrando que lubrificantes à base de água também são incapazes de danificar a camisinha).

Além disso, na relação anal é necessário tomar alguns cuidados para que o pênis não transporte bactérias para a vagina, ocasionando danos à saúde, visto que existe uma incompatibilidade entre a flora bacteriana vaginal e anal. É preciso usar o preservativo sempre para que não ocorra, por exemplo, entrada de fezes no canal uretral capaz de causar infecções que podem se estender até os testículos nos homens. Assim, depois do sexo anal o preservativo precisa ser trocado. Vale (re) lembrar que o preservativo também é recomendável para evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.

Estamos sempre em busca de formas diferentes de obter prazer e o ânus pode trazer essa possibilidade. Claro que são os parceiros que vão criar a situação. Pode se ter o sexo vaginal sempre diferente também, buscando sempre pelo ponto de excitação e não pelo ponto G.

O casal precisa entender o que quer e se algum dos parceiros está concordando com essa prática como forma de satisfazer o outro. Respeite o ‘não’ e, caso desejem praticar, conversar é muito importante. Os cuidados envolvem desde o local escolhido como a possibilidade de tempo para que o casal possa relaxar.

Ainda vale lembrar que não há nenhuma ligação com sexo anal e orientação sexual, afinal não importa o lugar ‘geográfico’: não é ele que define a orientação sexual. A região anal é sensível aos toques eróticos e o desejo em tal prática não quer dizer que o homem seja homossexual. A região é a mesma tanto nos homens quanto nas mulheres e, por isso, as sensações aos toques serão iguais.
Agora, uma curiosidade levantada no XII Congresso Brasileiro de Sexualidade Humana, realizado de 4-7 outubro/2009: 10% da população feminina tem o que podemos chamar de infertilidade de causa imunológica. Ao praticar o sexo anal, sem camisinha, na hora em que o espermatozoide é depositado no ânus, seu organismo cria anticorpos capazes de bloqueá-lo. Então o uso da camisinha serve também se a mulher quiser engravidar desse homem em pouco tempo. Tais anticorpos duram 6 meses: eles envelhecem, morrem e param de circular. Assim, desde que não haja novamente o sexo anal sem camisinha, ela pode vir a engravidar desse homem.

Swing

O comportamento do swing já existia muito antes das orgias romanas. Há quem diga que é possível que ele seja inerente ao ser humano tendo sido reprimido por regras socias e religiosas. Fato é que nem a troca de casais nem a prática de sexo na presença de outras pessoas é algo novo na história da humanidade.

Tal prática tem crescido no Brasil por casais que procuram por algo mais. Se antes eram poucas as casas que ofereciam tal diversão, hoje a prática tem crescido pelas cidades, atraindo cada vez mais adeptos. Lá, onde tudo é permitido e nada é obrigatório, também tem pistas de dança, quartos escuros, bares, saunas, piscinas e regras que são respeitadas. Antes de ter pisado em um lugar como esse a imaginação trabalha a todo vapor, mas lá é de bom tom ponderar que ninguém está ali simplesmente pelo seu prazer.

No swing as mulheres é quem mandam. Elas fazem as negociações e combinam as regras. Se elas não querem, nada feito e não precisa se explicar ou dizer porque da recusa. O não é não e ponto final.

Vale ressaltar que os praticantes de swing não são pessoas promíscuas. São um casal como qualquer outro que se estimulam com visão, com os cheiros e sons da atividade sexual.

Os principiantes devem conversar bastante antes de qualquer iniciativa para que não haja conseqüências negativas no relacionamento. Procure saber o que é o swing e se é isso que está procurando para o seu relacionamento, separe o que pode acontecer daquilo que não é aceitável, ou seja, só parta para a ação quando a teoria estiver bem entendida. É preciso segurança no que esperam e no que desejam para que esse possa ser um complemento para uma vida sexual variada onde exista realização de fantasias ao lado da pessoa que você confia.

Uma das crenças dos participantes é que o sexo é apenas uma boa parte da relação e que a troca consentida não é capaz de atrapalhar a vivência enquanto casal, preservando a relação da traição. Mas é preciso boa dose de flexibilidade emocional para se embarcar em tal prática e encarar o sexo pelo sexo, separando o ato sexual e o sentimento.

A satisfação em tal prática é conquistada pelo término do medo da traição. Tanto homens como mulheres não precisariam mais reprimir a vontade de estarem com outras pessoas além do parceiro, eliminando a hipótese de serem enganados, já que a prática do swing diminuiria a necessidade de experimentar outros parceiros sem a participação do outro.

A estatística afirma que a maioria dos casais de swing são monogâmicos, pois a troca de parceiros é um meio de traição permitida onde os dois concordam em transar com outra pessoa, desde que não haja mentiras. A experiência é compartilhada, aumentando a cumplicidade do casal, desde que seja prazeroso para os dois. Mas, claro que a prática do swing não é capaz de recuperar relações deterioradas.

Sexo é algo que iguala todos. Mas o amor singulariza, transformando todas as possibilidades presentes em uma única pessoa especial. Fazer amor é diferente de fazer sexo. No primeiro há um caráter do especial, no segundo há necessidades fisiológicas e só.

Ainda assim há quem não se sinta atraído por tal prática, afirmando que não somos só instinto para dividir a intimidade com desconhecidos ou ceder a pessoa que você ama.

Pompoarismo

O que é?

Arte oriental surgida há milênios e transmitida de mãe para filha como forma de preparar o corpo para a vida sexual adulta. Teve seu aperfeiçoamento no Japão e na Tailândia, transformando as orientais nas maiores seguidoras do pompoarismo.
Hoje, alcança milhares de adeptas no Brasil que além de querem fortalecer a vagina, buscam também uma maior consciência vaginal.

O fortalecimento do canal vaginal permite um aumento do prazer sexual através de movimentos feitos em seu interior. Na verdade, a mulher pompoarista proporciona e sente mais prazer, pois além da musculatura estar mais forte, o órgão fica mais sensível. Assim, pode-se dizer que ocorre uma melhora do desempenho sexual que vem com o fortalecimento da musculatura genital.

Para que?

O que se pretende é que através dos movimentos voluntários consiga-se identificar e fortalecer os doze anéis do músculo vaginal fazendo do pompoarismo uma técnica de autoconhecimento. Vale ressaltar que a capacidade dos movimentos realizados no canal é natural a todas as mulheres e que o feixe de anéis vai desde a entrada do canal vaginal até o seu interior e podem ser movimentados em conjunto ou separadamente, mas que na grande maioria das mulheres tal musculatura encontra-se atrofiada devido à falta de exercício e utilização.

Para quem?

Muitos homens e mulheres não conhecem os músculos da região pélvica e descobrem que é possível ter sensações muito prazerosas ao movimentá-los. Com o treino é possível aprender os movimentos semelhantes as contrações involuntárias durante o orgasmo. O músculo pubococcígeo é situado no períneo, região entre o órgão genital e ânus e é claro que os homens também podem aproveitar os benefícios com as mesmas contrações. Tal músculo é responsável pela contração que impede que a ejaculação ocorra, possibilitando ereções mais longas.

Na mulher, ele possibilita um maior prazer na penetração vaginal devido ao aumento da sensibilidade aos estímulos físicos. A mulher passa a reconhecer em seu corpo seus pontos de estimulação e respostas intensas erógenas. O orgasmo chega mais rápido e a técnica é capaz de intensificá-lo.

Como funciona?

As contrações pélvicas aumentam a circulação melhorando o fluxo sanguíneo protegendo a saúde íntima de homens e mulheres. Estudos comprovam que tais exercícios que podem ser executados em qualquer momento, local ou hora, são capazes de liberar endorfinas e aumentar a produção de feromônios.
No início o fortalecimento muscular genital foi visto de uma forma pejorativa e preconceituosa, não levando a sério a importância de tal prática. O pompoarismo não pretende fazer da mulher uma acrobata sexual, mas comandar os músculos pubococcígeos, os grandes e pequenos lábios e cada anel do canal vaginal de forma consciente.

O primeiro olhar científico no Ocidente sobre tal técnica ocorreu com o médico urologista e ginecologista americano Arnold Kegel. Foi na década de 50 que ele levou o procedimento ao seu consultório ao descobrir que, tanto as prostitutas tailandesas como as gueixas japonesas, tinham menos problemas relacionados ao assoalho pélvico por fazerem exercícios que fortaleciam tal musculatura. Ele passou a tratar de pacientes com incontinência urinária numa prática muito semelhante ao pompoarismo. Hoje tais exercícios têm o nome de Exercícios de Kegel.

É certo que o pompoarismo vai além dos exercícios de Kegel e permite que se use a sexualidade para a melhora da saúde, da vitalidade e da qualidade de vida. Os exercícios agem como preventivos em alguns problemas relativos à maturidade, tais como a incontinência urinária e fecal, infecções recorrentes, afrouxamento muscular e prolapso genital (conhecido como queda de bexiga e útero). Também auxilia na diminuição da cólica menstrual, aumento da libido, no controle da ejaculação e do vaginismo.

Assim, tal prática acaba por proporcionar um bem estar geral como o aumento da auto-estima e autoconfiança. Vale ressaltar que é auxiliar nos tratamentos, atuando de forma preventiva sem, no entanto, substituir o acompanhamento médico.
Claro que o pompoarismo não é algo mágico. Quem tem inibições emocionais que interferem no sexo não vai conseguir a libertação das amarras pela sua prática.

Boa parte do sexo encontra-se na cabeça. Se o emocional vai bem, a técnica pode ajudar, caso contrário, nada feito.

O que o pompoarismo quer é explorar e desenvolver com maior intensidade a própria satisfação sexual através de exercícios fáceis e agradáveis, melhorando as condições musculares do assoalho pélvico com alguns dias de treinamento.

Kama Sutra

Em alguma época entre o primeiro e quarto século depois de Cristo, o indiano Mallanaga Vatsyayana escreveu o Kama Sutra. Tendo como ponto de partida o extenso repertório do erotismo hindu, filosofia que percebe o sexo como algo sagrado e essencial à vida, tal livro fala sobre o comportamento sexual humano. Escrito originalmente em sânscrito para a nobreza da Índia, o Kama Sutra, diferentemente da crença, não foi inventado por um rei que teria ordenado que suas escravas criassem posições capazes de lhe dar prazer.

Kama refere-se ao desejo, satisfação, amor e prazer sexual, sendo um dos três pilares do hinduísmo (os outros dois são: Dharma-aquisição da religião e Artha-acúmulo de riquezas e bens). O equilíbrio dos três é o objetivo e o Kama Sutra tem a intenção de desenvolver o kama. Ou seja, embora seus ensinamentos levem ao prazer, eles tem como finalidade inicial a elevação espiritual na trajetória religiosa. Para isso era preciso tirar o máximo de proveito das experiências carnais baseando-se no princípio de que quanto mais profundo um encontro amoroso, mais kama seria alcançado pelo espírito. Sutra é a doutrina declarada de maneira breve.

Ouvido falar pela 1ª vez no mundo ocidental em 1883 quando foi traduzido e publicado na Inglaterra vitoriana foi considerado pela Europa da época bem ousado. Mas diferentemente do pensamento Ocidental, no Oriente, o prazer é uma das formações da existência humana e sem o devido equilíbrio dos pilares, não é possível uma vida saudável. O Kama Sutra que não é um texto tântrico e que quer dizer ‘escritos condensados sobre o prazer’, representa a sexualidade sem pecado ou culpa. As vezes torna difícil para um ocidental perceber esse prazer como algo que envolve além do aspecto genital, reduzindo tal livro a algo puramente pornográfico ou a um simples manual de posições eróticas. Contudo, no hinduísmo não há espaço para tabus e preconceitos quando se fala de sexo: sexo é vida e por isso não pode ser indecente ou imoral, mas algo sagrado que não se separa da espiritualidade.

Infelizmente é bem simplista e até ridícula a tradução que encontramos na vulgarização do seu entendimento. É uma pena que reduzimos o seu objetivo inicial dessa forma: transformamos toda a sua história ao vê-lo como um manual sexual de posições sem que possa ser percebido com um sentido um pouco mais profundo, como uma verdadeira busca do prazer supremo encontrado em tal arte.

Na verdade, o objetivo dos desenhos eróticos é fazer do sexo uma arte, pela preparação do ambiente, pelo uso de cosméticos ou ingredientes outros capazes de proporcionar uma atmosfera tranqüila para o sexo. Também faz parte do contato sexual o corpo lavado, a mente relaxada, as luzes diminuidas e uma música ao fundo. O Kama Sutra dedica atenção ao estímulo dos cinco sentidos: audição, tato, visão, paladar e olfato. E mostra os diferentes jogos eróticos, as zonas erógenas masculinas e femininas, métodos para alcançar um grau maior de excitação, para aumentar o prazer durante o coito, controlar a ejaculação e, consequentemente, ser possível manter a ereção por mais tempo, além de posições para aumentar a sensibilidade do orgasmo.

Há uma flexibilidade e até uma autorização em relação a vontade dos parceiros (bem diferente da Igreja Católica que, por exemplo, só permite ao sexo a posição de missionário, ou a famosa, papai e mamãe). Para o hinduísmo, ao contrário do cristianismo, não há nenhuma moralidade absoluta ou conceitos restritos sobre certo e errado incondicionais.
Vale ressaltar que mesmo que o Kama Sutra fosse reservado aos homens, pois naquela época as mulheres eram totalmente submissas, não se pode dizer que ignore as necessidades femininas. E isso também faz com que a obra continue sendo atual até hoje quando as mulheres não mais se submetem a vontade do homem. Elas buscam a igualdade de direitos e exigem o prazer no sexo, não querem mais somente dar prazer, mas sentir o próprio e querem também participar ativamente da relação.

O autor do livro não somente admitiu como foi compreensivo com o interessante emaranhado emocional e de reações químicas entre homens e mulheres. Para os que se assustam, é preciso ressaltar que em tal filosofia, não existe poesia, nem linguagem romântica capaz de maquiar os sentimentos dos apaixonados como algo distante dos grosseiros desejos animais. O sexo era posto num plano diferente do amor, o que dá a obra uma qualidade claramente humana, mas ao mesmo tempo despojada de delicadeza. Ao separar amor e sexo, Kama Sutra pode até ser visto como fornecedor de guia de sexo, porém um guia bem competente.

Os ensinamentos do Kama Sutra têm como objetivo que os casais possam perceber o sexo de outra maneira: se olhem com desejo, se importem com o toque e com as sensações e que a entrega seja sem pressa e recheada de carinho. Diferente do nosso século que acelera a experiência sexual. É fato que passado alguns anos desde a sua origem o Kama Sutra ainda pode ser considerado um livro atual. Isso se deve ao fato de que o amor continua sendo a maior procura entre homens e mulheres.

Referência Bibliográfica: TANNAHILL, R. “O Sexo na História”. Editora Campus.