Leishmaniose ou Leishmaníase

Leishmaniose ou Leishmaníase

Outras denominações: Leishmaniose tegumentar

Leishmaniose tegumentar americana, úlcera de Bauru, nariz de tapir, botão do oriente, ferida brava.
Leishmaniose mucocutânea (espúndia)
Leishmaniose visceral
Leishmaniose visceral americana, calazar, esplenomegalia tropical, febre Dundun.

O que é?

Leishmaniose ou Leishmaníase é uma é uma zoonose (doença dos animais que pode se transmitir ao homem),os animais infectados com maior grau de importância em relação aos humanos são os cães, os roedores e os próprios humanos.Trata-se de enfermidade infecciosa, parasitária, cuja etiologia, no Brasil, é dominada por 4 espécies destes protozoários (seres unicelulares): Leishmania chagasi, Leishmania braziliensis, Leishmania amazonensis e Leishmania guyanensis.

A L. chagasi é o agente causador da forma visceral da leishmaniose; a L. braziliensis é causadora da forma mucocutânea desfigurante, as demais provocam a forma tegumentar.
A L. chagasi e ocorre em todo território nacional, as demais estão restritas à região amazônica.

Como se transmite?

Não existe o contato de humano-humano.

A transmissão da Leishmania se faz pela picada de uma mosca do tipo Lutzomia (mosca da areia – em inglês sandfly). Estes phlebotomus (insetos que chupam sangue) pertencem ao grupo Díptero, ou seja ao mesmo grupo das moscas, mosquitos, borrachudos e maruins. Apresentam um par de asas e um par de pequenas estruturas, chamadas balancins, responsáveis pela estabilidade do seu vôo e do seu zumbido característico. No Brasil, são conhecidas por diferentes nomes segundo suas distribuições geográficas: mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, anjinho, entre outros nomes. Os insetos machos se nutrem com seiva vegetal, as fêmeas necessitam de sangue para o amadurecimento dos ovos, só elas sugam o sangue, portanto só as fêmeas podem transmitir a doença.

Período de Incubação.

O tempo que vai da picadura do inseto até o surgimento dos sintomas varia segundo a forma clínica da doença, pode variar de dias a meses. Na forma visceral varia de 6 semanas a 6 meses e na forma cutânea as lesões surgem semanas após a inoculação do parasita. A reativação de uma infecção latente pode ocorrer em pacientes imunocomprometidos.

O que se sente?

Leishmaniose cutânea.

Após a picada do inseto os parasitas se multiplicam localmente dando origem a uma mancha avermelhada ou a um nódulo (endurecimento local) formando uma ferida de bordos elevados. As lesões são tipicamente localizadas em áreas expostas (face e extremidades) as lesões podem se acompanhar de lesões satélites ou de ínguas gânglios aumentados. As lesões podem permanecer por anos ou semanas geralmente deixam uma cicatriz permanente.

Leishmaniose mucocutânea.

A partir de uma lesão cutânea inicial os parasitas podem se disseminar pela mucosa da boca ou do nariz. Em alguns pacientes há uma formação de úlceras que leva à desfiguração facial, infecção secundária e perfuração da mucosa após muito tempo da cura da lesão cutânea.

Casos retirados da internet

Leishmaniose visceral (calazar).

Após a inoculação do protozoário os parasitas se disseminam das células de defesa do organismo e concentram-se no baço, fígado e medula óssea. Outras manifestações de comprometimento de todo o organismo se apresentam: febre,perda de peso e do apetite,crescimento do baço, fígado e gânglios linfáticos, anemia, modificação dos glóbulos brancos, plaquetas, hemorragias e infecções bacterianas são comuns. A evolução da doença não tratada é quase sempre fatal. A reativação da leishmaniose visceral é a regra nos casos de infecção concomitante por HIV ou outros imunocomprometimentos.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico é comprovado pela demonstração da presença do parasita nos tecidos do doente. Nos casos de leishmaniose visceral os órgãos mais atingidos são:baço, fígado e medula óssea. Exames culturais de sangue podem ser eventualmente positivos e os protozoários identificados em esfregaços de sangue. Testes sorológicos podem ser positivos em pacientes imunocompetentes.

Em resumo os exames laboratoriais de auxílio diagnóstico podem ser:

A) Direto

Exame direto de biópsia de baço, aspirado de medula, sangue (na forma visceral).
Raspado da lesão, biópsia da lesão (forma tegumentar).
Cultura de tecidos.

B) Indireto

 

Pesquisa de anticorpos (ELISA e Imunofluorescência Indireta)
Reação intradérmica de Montenegro (forma tegumentar apenas)

Tratamento nas formas cutâneas:

Nas formas cutâneas a remissão espontânea das lesões pode ocorrer dispensando o tratamento com drogas.

Nas formas visceral e mucocutânea: o tratamento medicamentoso é indicado principalmente nos casos de lesões incapacitantes ou desfigurantes. Existem vários esquemas terapêuticos baseados de forma geral em Antimônios, Anfotericina B, Paromomicina e Pentamida. Cetoconazol e Itraconazol, entre outros, também são usados.

Profilaxia

Os pacientes internados e contaminantes devem ser submetidos a cuidados especiais a fim de evitar a exposição às picadas dos insetos vetores.

A forma mais efetiva de prevenção é a proteção mecânica contra as picadas dos insetos, fazendo uso de repelentes de insetos, roupas adequadas, telas nas aberturas e mosquiteiros ao redor das camas. Evitar contato com os vetores nos horários de maior atividade dos insetos, raiar e cair do dia.

Medidas clínicas: diagnóstico precoce e tratamento. Toda pessoa que apresentar ferida de difícil cicatrização deverá procurar auxílio médico, para a realização de exame específico e, sendo o caso, iniciar tratamento.

Medidas educativas: as atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todos os serviços que desenvolvem ações de controle de leishmaniose, com envolvimento efetivo das diversas equipes profissionais e institucionais visado um trabalho conjunto.Em áreas de risco, tem sido sugerida uma faixa de segurança de 200 a 300 metros entre as residências e a floresta. Uma faixa desta natureza tem que ser bem planejada para evitar problemas decorrentes do desequilíbrio ambiental.

Medidas de combate ao vetor (controle químico): as medidas de controle químico com inseticidas de ação residual só terão utilidade quando a transmissão se der em ambiente domiciliar e com ocorrência de 2 ou mais casos no local em período pequeno, 6 meses ou menos.

Vacinas

Vacinas preventivas e curativas estão sendo testadas com resultados muito esperançosos.