INSUFICIÊNCIA ADRENAL AGUDA
Sinônimos
Crise Adrenal, Crise Addisoniana.
O que é?
A insuficiência adrenal aguda ocorre quando, rapidamente, as glândulas adrenais deixam de produzir seus hormônios característicos, que são a cortisona e/ou a aldosterona.
Como se desenvolve?
A insuficiência adrenal aguda pode ser de causa primária (doença envolvendo as adrenais) ou secundária (doença envolvendo a hipófise ou o hipotálamo, responsáveis pelo controle das adrenais).
Na insuficiência adrenal aguda primária, o quadro agudo em geral é desencadeado a partir de acidentes, traumatismos graves, infecções ou outras doenças agudas ocorrendo em pacientes já portadores de doença adrenal preexistente, diagnosticada ou não. Freqüentemente, a crise adrenal aguda pode ser o momento em que se diagnostica a insuficiência adrenal primária, uma vez que os seus sintomas e sinais são de lenta instalação. Neste quadro pode ocorrer grave distúrbio hidroeletrolítico com hipotensão arterial e choque.
Na insuficiência adrenal secundária, o quadro em geral está associado a suspensão abrupta de glicocorticóides que o paciente vinha utilizando para tratamento de outras doenças tais como doenças reumáticas, renais, dermatológicas, pulmonares, alérgicas e auto-imunes. Os sintomas e sinais ocorrem pelo fato de o paciente estar utilizando corticóides por tempo prolongado, apresentando como conseqüência uma supressão crônica na produção dos hormônios que controlam as adrenais, que são o CRH (hormônio estimulador da hipófise) e do ACTH (hormônio estimulador das adrenais). Quando o paciente interrompe o uso dos corticóides, tanto o CRH quanto o ACTH, eles não têm capacidade de serem produzidos rapidamente, levando a um quadro de deficiência hormonal adrenal severa.
O que se sente?
O paciente apresenta quadro importante de fraqueza, náuseas, vômitos, tonturas, dor e desconforto abdominal, confusão mental, pressão arterial baixa (hipotensão arterial), febre, hipoglicemia, desidratação, choque circulatório e coma. Se o quadro não for identificado, o paciente corre risco de vida.
Como o médico faz o diagnóstico?
A partir da identificação do quadro clínico descrito acima, especialmente em pacientes usuários crônicos de cortisona e ou portadores de doenças potencialmente associadas à insuficiência adrenal.
Como se trata?
Identificado o quadro suspeito, o paciente deve ser atendido em ambiente hospitalar, no qual receberá medicações por via endovenosa (pela veia) de corticóides e soro. Com este manejo, em geral se obtém uma melhora rápida dos sintomas, devendo ser imediatamente pesquisada a causa desencadeante do quadro agudo. Na suspeita de infecção, a mesma deve ser tratada o mais breve possível.
Como se previne?
Uma estratégia importante de prevenção é a orientação a todos os pacientes que irão utilizar cortisona por tempo prolongado. Todos os pacientes devem ser informados de que não poderão suspender abruptamente a medicação, além de sempre portar identificação referente ao uso destas substâncias e receber orientação quanto à necessidade de aumentar a dosagem da cortisona em situações de estresse.
Os pacientes portadores de insuficiência adrenal primária, também devem portar identificação de sua doença e receberem orientação quanto a situações de estresse, nas quais deverão receber doses adicionais de cortisona, além de necessitarem do uso crônico de fluoridrocortisona (mineralocorticóide sintético).
Em pacientes portadores de doenças potencialmente associáveis a insuficiência adrenal (tuberculose, blastomicose, SIDA, determinadas neoplasias), a mesma deve ser constantemente suspeitada e avaliada, prevenindo-se dessa forma a ocorrência de crises agudas.